FABRICIANO COM CARA DE CIDADE GRANDE!!!!

Silvia Miranda

Lojas especializadas em troca de para-brisas atendem em média 3 clientes por semana

FABRICIANO – Vandalismo e tentativa de assalto a qualquer hora do dia ou da noite. Reclamações e relatos de diversos motoristas alertam para os riscos de apedrejamento às margens da BR-381, no trecho do anel rodoviário entre Coronel Fabriciano e Ipatinga. A Polícia Rodoviária Federal alega, no entanto, que não há registros de ocorrências desse tipo de crime.

Um motorista, vítima do vandalismo, mas que prefere não se identificar, contou que voltava de uma festa em Timóteo quando foi atingido por uma pedra, quando chegava a Ipatinga. “Passando próximo ao bairro Amaro Lanari, ouvi um barulho muito forte, pensei em parar, mas, quando olhei pelo retrovisor, havia um motociclista parado. Então, eu desconfiei de assalto e resolvi seguir viagem até um posto de gasolina dentro de Ipatinga”, relatou.

Para a vítima, a ação contra o seu veículo foi violenta e poderia até ferir os passageiros do carro. “Quando eu parei, verifiquei que a lataria tinha ficado bem amassada e, se tivesse pegado no vidro, poderia ter machucado alguém, porque não foi uma pedra pequena. E eu já me deparei com outras pessoas que viveram a mesma situação”, comentou.

Silvia Miranda

Enio Henrique atende de veículos pequenos a caminhões

Uma casa especializada em troca de para-brisas, no bairro Iguaçu, em Ipatinga, atende em média três clientes por semana, vítimas do vandalismo no anel rodoviário, conforme admite o proprietário, Enio Henrique Vidal. “Nós recebemos vários veículos com os vidros danificados, de automóveis pequenos até caminhões. Em muitos casos, o cliente relata que foi perseguido por um motociclista, logo após o apedrejamento. Provavelmente, se ele tivesse parado, seria assaltado”, complementou. 

Continuidade

O problema relatado pelos usuários do trecho não é novidade. Em junho do ano passado, o DIÁRIO DO AÇO noticiou o drama de motoristas que tiveram os veículos apedrejados, causando prejuízos e medo. Há cerca de dois anos, o supervisor de vendas, Diego Lara Rezende, se deparou com situação semelhante. “Eu já atendi até motoristas de carretas e a reação dos clientes é de revolta. E tem casos que chegam a acontecer no meio da tarde”, citou.

Ausência de ocorrências

Silvia Miranda

Vítimas contam que, após o apedrejamento, chegam a ser perseguidas por motociclistas

Procurado pela reportagem do DIÁRIO DO AÇO, o chefe substituto da Polícia Rodoviária Federal em João Monlevade, responsável pelo trecho em questão, Davi Franklin, informou que não há registro de nenhuma ocorrência deste tipo na região. Mas ressaltou que, ao conversar com colegas da PRF lotados na região do Vale do Aço, eles confirmaram que ouviram falar destes casos.

O chefe da PRF ressaltou a importância do registro policial para possibilitar a identificação dos autores e do local exato dos crimes. “Todo motorista que sofrer algum dano causado por esse tipo de vandalismo às margens da rodovia deve fazer a ocorrência, porque senão fica difícil à polícia tomar alguma providência”, orientou.

Para os casos registrados no trecho da BR-381, entre os municípios de Timóteo e Ipatinga, as ocorrências são feitas no posto da Polícia Rodoviária Federal, no município de Jaguaraçu, próximo ao bairro Lagoa do Pau. “Queremos iniciar uma ação junto à Polícia Militar para identificar os locais e os autores e o registro dessas ocorrências é muito importante para auxiliar nesse trabalho”, informou Davi Franklin.